domingo, 21 de março de 2010

Libertango

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Deixa o Olhar do Mundo

"Deixa que o olhar do mundo enfim devasse

Teu grande amor que é teu maior segredo!

Que terias perdido, se, mais cedo,

Todo o afeto que sentes se mostrasse?

Basta de enganos!

Mostra-me sem medo

Aos homens, afrontando-os face a face:

Quero que os homens todos, quando eu passe,

Invejosos, apontem-me com o dedo.

Olha: não posso mais!Ando tão cheio

Deste amor, que minh'alma se consome

De te exaltar aos olhos do universo...

Ouço em tudo teu nome, em tudo o leio:

E, fatigado de calar teu nome,

Quase o revelo no final de um verso."

sábado, 9 de janeiro de 2010

"Não somos animais!"

Público - Imigrantes africanos revoltam-se na Calábria e gritam: "Não somos animais!"

Imigrantes africanos revoltaram-se em Itália contra as condições desumanas em que vivem.
Solidariedade para com estas pessoas. Pessoas que vêm de longe para tentar uma vida melhor e deparam-se não só com trabalho escravo como com condições de vida degradantes.

Peace

Reciclagem de Papel

Morrer em Zanzibar

Agora, já não preciso

"Agora, já não preciso que gostem de mim.
Agora, tenho mil peças de um puzzle, tenho
uma caixa cheia de molas soltas, duas mãos,
tenho a planta de uma casa, tenho ramos
guardados para o inverno, e tanto silêncio,
tenho tanto silêncio, bolsos vazios e cheios,
pão, fé, céu, chão, mar, sal, sol, cá e lá,
tenho sobretudo lá, uma distância imensa
feita de planícies estendidas e eternidade
porque eu caminho com vagar ao longo das
estradas, o horizonte é demasiado quando
planeio toda a sua distância sem medo de
nada, destemido apenas, a coragem é um
exército ao meu lado, tenho a coragem
necessária, tenho um lago que reflecte a
noite e a lua quando há lua, uma orquestra
inteira tenho, o som e o silêncio, já disse o
silêncio, repito-o a saber quem sou e o que
tenho, tenho uma gaveta de papéis, tenho
montanhas de montanhas, tenho ar, tenho
tempo e tenho uma palavra que corre à
minha frente, mas que consigo apanhar
e que ainda utilizo no poema."

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Primeiro Dia

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

O poeta beija tudo

"O poeta beija tudo, graças a Deus… E aprende com as coisas a sua lição de sinceridade…

E diz assim: “É preciso saber olhar…”

E pode ser, em qualquer idade, ingénuo como as crianças, entusiasta como os adolescentes e profundo como os homens feitos…

E levanta uma pedra escura e áspera para mostrar uma flor que está por detrás…

E perde tempo (ganha tempo…) a namorar uma ovelha…

E comove-se com coisas de nada: um pássaro que canta, uma mulher bonita que passou, uma menina que lhe sorriu, um pai que olhou desvanecido para o filho pequenino, um bocadinho de sol depois de um dia chuvoso…

E acha que tudo é importante…

E pega no braço dos homens que estavam tristes e vai passear com eles para o jardim…

E reparou que os homens estavam tristes…

E escreveu uns versos que começam desta maneira: “O segredo é amar…”

sábado, 19 de dezembro de 2009

domingo, 13 de dezembro de 2009

Dancing Life


Tu e eu meu amor

"Tu e eu meu amor
meu amor eu e tu
que o amor meu amor
é o nu contra o nu.

Nua a mão que segura
outra mão que lhe é dada
nua a suave ternura
na face apaixonada
nua a estrela mais pura
nos olhos da amada
nua a ânsia insegura
de uma boca beijada.

Tu e eu meu amor
meu amor eu e tu
que o amor meu amor
é o nu contra o nu.

Nu o riso e o prazer
como é nua a sentida
lágrima de não ver
na face dolorida
nu o corpo do ser
na hora prometida
meu amor que ao nascer
nus viemos à vida.

Tu e eu meu amor
meu amor eu e tu
que o amor meu amor
é o nu contra o nu.

Nua nua a verdade
tão forte no criar
adulta humanidade
nu o querer e o lutar
dia a dia pelo que há-de
os homens libertar
amor que a eternidade
é ser livre e amar.

Tu e eu meu amor
meu amor eu e tu
que o amor meu amor
é o nu contra o nu"

Relator

Amar


terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Comércio Justo


Para o Mia Couto

"Elefantemos portanto.
Deixemos esta tão precária pele
Aprender outros saberes
Deixemos
Portantomente
O olhar do paquiderme
Ensinar ao passarinho
As paisagens do deslumbre
Das escritas mais antigas.
Permitamos que o vento sopre.
E que a pedra exista.
E que o sol dispare a sua fúria
Em todas as direcções.
E que a lua se entretenha
No seu jogo de brilhar.
Elefantemos portanto.
Ou,
Melhor dizendo,
Permitamos que um silêncio muito antigo
Venha
Carregado de silvos e sussurros
Venha
Conduzir-nos a palavra
Pelas veredas impalpáveis
Do mistério. "